Depois dos últimos acontecimentos que marcaram a situação racial nos EUA, nada mais importante do que levantar o seguinte tema: Os negros merecem posição de destaque no mercado de trabalho.
De acordo com recente estatística estabelecida por diversos órgãos, entre eles o próprio IBGE, o Brasil está vivendo um período que pode ser qualificado como relativamente positivo para a população negra. Atualmente, e pela primeira vez, os acadêmicos negros se tornaram maior presença no ensino superior público do sistema universitário brasileiro, entretanto, continuam minoria em posições de liderança dentro do mercado de trabalho nacional. No setor político, a mesma situação de minoria, como também na área legislativa e em cargos de magistratura.
A estatística segue apresentando os seguintes resultados: entre a parte da população que permanece desempregada, ou que ocupa subempregos, os cidadãos negros constituem o maior contingente. Outra estatística aponta que, segundo os dados apresentados em recente levantamento perpetrado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, ou Pnad (atrelada ao IBGE), a maior parte das vítimas de crimes de homicídio é da população negra, como também a população carcerária no território nacional, em torno de 60%.
Com toda essa bagagem, fica um pouco mais claro que pode haver, mesmo que inconscientemente, em boa parte da população, um sentimento de desconfiança que configura um preconceito que pode expressar-se, algumas vezes, em atos racistas. Racismo existe sobre todas as cores de pele, porém, o foco aqui é na população negra do Brasil.
Na cultura, infelizmente, também existe uma situação de sub-representação dos negros, no caso, o cinema, em que constituem a minoria entre os vencedores de prêmios de atuação ou como integrantes de júris em eventos de premiações.
É fácil perceber que até nos altos escalões de cargos públicos, ou no universo artístico, ainda existem muitas barreiras a serem derrubadas pelos negros. Mas, isso não deve nunca se dar pela violência.
Assim, é preciso perguntar: Como apoiar e fazer intensificar a atitude antirracista em ambiente de trabalho?
Conforme alguns especialistas que atuam em debates pelo site oficial de redes de negócios, LinkedIn, essa situação começa a se reverter positivamente no Brasil, no sentido de se alcançar um equilíbrio de posição entre negros e brancos no mercado de trabalho. Abaixo, seguem alguns importantes conselhos que orientam melhor o apoio aos colegas negros.
A – É muito importante perguntar aos seus colegas negros como eles gostariam de receber apoio;
B – Saber ouvir e reconhecer os seus sentimentos;
C – Pode não ser bonito, mas, é necessário reconhecer a responsabilidade de colegas e de gerentes em casos de atos de racismo. Não importa o grau, mas sim a intenção. Brincadeiras saudáveis é uma coisa, racismo, é outra;
D – Estar atento a situações em que somente pessoas brancas são convocadas para eventos, dado que a regularidade disso pode constituir racismo, ou discriminação;
E – Silêncio é guerra, conflito é uma busca de concordância e paz, portanto, sem alarde, mas, de modo racional, equilibrado, estabelecer diálogos e chamar a atenção para situações em que colegas negros se sentem constrangidos;
Entre outros modos de proceder de forma a curar as situações de racismo que podem surgir nos meios de trabalho.
Estudar muito sobre racismo é importante. O grande sociólogo brasileiro, Gilberto Freyre, em seu clássico Casa Grande e Senzala, explica que os grandes senhores de engenho, os grandes produtores, os grandes empreendedores, desde o período da escravidão, confiavam muito na capacidade dos seus escravos negros para gerir seus negócios. O Brasil, também, constitui uma das populações mais, se não a mais, miscigenada em todo o mundo e isso se deu pelas relações interpessoais, desde o período colonial.
Portanto, a população negra tem um papel muito importante no desenvolvimento socioeconômico do país.
Ainda em conformidade com o mais recente Censo Demográfico realizado no Brasil, o resultado apresentou a presença de 8.462 milhões de profissionais negros no atual mercado de trabalho. Na região Nordeste o número chega a 2.835 milhões, e no Estado do Piauí em torno de 154 mil negros em boas profissões. Outro dado positivo aponta um significativo crescimento na renda dos profissionais negros pertencentes à classe C, ao longo dos últimos 10 anos.
Portanto, mesmo que a passos lentos, a população negra vai alcançando o seu devido lugar de dignidade no mercado de trabalho.
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